Olá!
Estou de volta com mais uma sessão “MURO DAS LAMENTAÇÕES”. Hoje foi o dia D, em que minha filha finalmente deixou o ninho para voar.
Ontem fomos jantar no rodízio de japa eu, Gabi e Thaís, como despedida. Comemos tanto, que o inevitável sono avassalador atacou impiedosamente. O resultado, é que acabamos indo dormir às 10 da noite. E antes de cairmos no sono, fiquei abraçadinha com minha filha, meio que querendo segurá-la para que não fosse embora. Dormi….
Acordei hoje às 5 da manhã. Rolei pra cá e pra lá, perdi meu olhar no vulto da Gabi ao meu lado, no escurinho da ainda madrugada, e comecei a pensar. E vendo que eu não dormiria de novo, achei melhor vir para o escritório e começar o trabalho mais cedo, mas o lindo sol nascente me fez começar a refletir sobre minha nova vida sozinha.
De quem vou roubar a faca à mesa, quando eu sempre esqueço de pegar uma para mim? Com quem vou reclamar da roupa espalhada no banheiro, toda virada do avesso e no chão? Para quem vou ficar cantando a chata musiquinha do “bolinho de arroz” todos os dias e todas as horas? Com quem vou reclamar que não quero coçar as costas antes de dormir? Quem vai passar naquela fase do Candy Crush em que estou empacada há dias?????
Até Margô (a nossa empregada), chorou enquanto ajudava a colocar as coisas dela no carro do padrinho. E eu, bem… eu tentei o tempo todo não chorar, porque fiquei com aquele sentimento de que “pessoas fortes não choram”, mas a vontade mesmo era de cair no chão aos prantos, mas me mantive firme, porque “pessoas fortes não choram”, como a música do The Cure, “Boys Don’t Cry”.
E assim, vi minha filha entrando no carro, fechando a porta, e indo em direção ao seu futuro. E não chorei…
O problema foi quando me sentei para almoçar (sem fome). Esqueci a faca, mais uma vez… e de quê me lembrei? Aí eu chorei…
Tenho total ciência de que tudo o que está acontecendo é para o bem de nós duas. Não sei os planos que Deus tem para nós, mas tenho certeza que essa separação faz parte deles. O problema são os “por quês”. Querer saber por quê precisamos passar por isso ou aquilo sem ter resposta, é a única parte chata. É assim que funciona quando falamos com Deus; não temos respostas na hora e muito menos em palavras que consigamos entender. Muitas vezes a resposta só vem lá na frente, quando alguma coisa significante acontece na nossa vida. Daí entendemos por que passamos por aquela situação ruim.
Tive muitas palavras de carinho de pessoas que conheço pessoalmente e virtualmente. Algumas palavras curtas e outras longas, e sei bem como é difícil falar alguma coisa em determinadas situações tristes, quer seja um falecimento ou uma separação (como de casais ou de pais e filhos). Sei que as pessoas preferem muitas vezes ficar caladinhas pra não cutucar a ferida alheia, mas verdade seja dita: só de saber que alguém se importou de dizer um “sinto muito” ou um “tudo vai ficar bem”, já é um grande conforto. É sinal de que as pessoas realmente se importam com seus sentimentos, e desejam o seu bem; e o mais importante: que você não está “sozinha”.
Às vezes fico pensando que usar um blog sobre esmaltes como diário não é uma coisa boa, mas lembrei dos primórdios do significado de “blog”. Para quem não sabe, “o blog atual é uma evolução dos diários online, onde pessoas mantinham informações constantes sobre suas vidas pessoais“, conforme podemos ler na sessão ORIGENS (da palavra BLOG) no Wikipedia.
Então, voltando ao meu sentimento crítico sobre usar o blog como muro das lamentações, me lembrei que muitas já me disseram aqui que gostam de ler sobre as minhas experiências, porque muitas passaram ou estão passando por situações semelhantes, e nada melhor do que ler sobre a minha experiência, para quem sabe, se passar pela mesma situação um dia, lembrará de todas as etapas do meu sofrimento ou alegria. E é claro, tem o quesito “eu não me sinto só”. Falar sobre minhas experiências aqui me ajuda a desabafar, pois nem sempre posso desabafar com alguém pessoalmente, já que “tenho taaaaantos amigos”, perto de mim. Ademais, acho um porre encher o ouvido dos outros com minhas lamúrias. Então, aqui no blog só lê e comenta quem quer. Uma palavra amiga é sempre bem-vinda, e melhor ainda quando a pessoa não se vê na obrigação de escutar as lamúrias alheias.
E ela se foi, e com ela uma parte de mim. Olhar as fotos da minha garotinha, espalhadas pela casa, vai ser muito difícil, mas eu tenho certeza que logo a rotina vai curar o machucadinho do meu coração. A dor da perda (da companhia diária) logo vai se transformar na alegria do reencontro, e em breve verei minha filha se formando, casando com uma pessoa bacana (e espero que deseje ter filhos, para perpetuar a família), recebendo elogios no trabalho, e sim, por que não, pagando minhas viagens, hehehehehe. Hora de retribuir as viagens que tenho lhe proporcionado! hahahahahah (fico triste, “mas não perco o bom humor!”)
Vou continuar meu trabalhinho, porque é ele que vai ocupar meu tempo e vai me impedir de ficar pensando no que não devo e de perder meu tempo chorando com uma coisa que não tem por quê ser chorada. Afinal de contas, tudo isso é para o bem dela, pois é o começo do seu futuro, e quem sabe, do meu novo futuro, também.
Fiquem bem vocês. Eu ficarei também, quietinha, no meu cantinho, esperando para ver onde meu barquinho vai atracar, com o vento que sopra.
Beijos e bom final de semana, porque eu não sei quando volto por aqui.
Adri =(
acho justo ela pagar suas viagens 😉
e pelo que eu vi no blog The Clockwise Nail Polish ela vai fazer um ótimo trabalho ^^
força pra aguentar esse momento 🙂
bjos
=)
Obrigada Juju!
Bjs
Adri
Acho linda a tua sensibilidade, Adri! Quando a Mari foi para São Paulo, me segurei tanto, que ela até se sentiu meio abandonada…que horror! É bom demonstrar saudades, é bom que elas saibam o tamanho do buraco que deixaram em casa, até para nos entenderem mais! Tu é bem faladora, mas eu sou do tipo que não demonstra…vou morrer disso! hehehe Hoje tudo é mais fácil, mais acessível. Não se compara a estar do lado na hora do café, mas lembra como era quando só contávamos com o correio e telefonia péssima! Um abraço cheio de carinho, amiga!
Fica bem!
Beijos
Éééé, Day… Não foi fácil mesmo! Foram muitos sentimentos para um só dia, e até minha cunhada, que é psicóloga, se surpreendeu com a forma com a qual estou tratando o assunto e me deu os parabéns, porque estou segurando a onda bem (até agora).
Acho que a minha paz e tranquilidade, e o amor pelo meu espaço estão me dando forças para superar a falta dela. Mas, sentir falta de alguém distante é mole pra mim, porque meu irmão saiu de casa para ir para escola militar aos 14 anos, e só o via de vez em quando. Minha mãe foi morar em Londres alguns anos, e depois foi meu pai, que foi morar em Manaus. Então, eu me acostumei a ter pessoas queridas afastadas da minha vida. Acho que eu vou ficar muito bem.
Bjs
Adri
Puxa!! Lendo Caio Fernando Abreu, gaúcho, natural de Santiago do Boqueirão, cidade onde morei e trabalhei, pensei logo em voce e peguei esse trecho pra te enviar…: “Ninguém precisa se assustar com a distância, os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitas, mais maduras, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser.” Caio Fernando Abreu. Lindo, né!? E por coincidência, teu post é sobre a partida da tua filhota….que ela seja feliz, tenha realizações, seja forte, persistente e corajosa! Quando eu sai de casa para ir trabalhar no interior, fui com tudo. Tive medo, confesso, mas tava feliz da vida por estar fazendo o que mais queria: trabalhar na minha profissão, conhecendo pessoas e lugares! A família ta sempre no coração, onde quer que a gente esteja.
beijos e muita força, Adri!
Puts, que legal, Iza! Lindas palavras e de grande incentivo.
Obrigada, amore.
Bjs
Adri
Ei Adri, comento raramente, mas eu sou uma das que acompanham a sua história e torcem por você. Adoro seguir suas viagens, e logo você estará em mais uma. Sua filhota vai ficar bem, eu quando me separei da minha mãe estava firme e confiante, sei que ela não sentiu tanto porque tinham mais 3 em casa, mas com você é diferente, é só a Gabi. Um dia de cada vez, a vida vai sim passar e se ajeitar. Boa sorte em tudo. Beijos.
Obrigada, Mi.
Acho que o problema é justo esse, ser filha única. Mas por outro lado, penso que para a mãe que tem mais filhos, ver o último partir quadriplica a dor, porque sempre teve a casa muito movimentada. Aqui, pelo menos, eu já estava acostumada a ficar muito sozinha durante o dia, principalmente quando Gabi estava trabalhando. Mesmo com ela em casa, era muito sossego, porque eu fico aqui no escritório e ela ficava la no computador dela. Enfim, eu tenho esperanças de que ao menos ela não sofrerá tanto quando talvez eu venha a sofrer.
Beijos, querida. Obrigada pelo seu valioso comentário.
Adri
Oi, Adri, querida, mantenha o pensamento positivo! Se der vontade de chorar, chore… O tempo cura tudo e vc vai ver que, daqui a pouco, não vai ter mais vontade de chorar. Vai se adaptar à sua nova vida sem ter sua filha todo dia com vc, e ela o mesmo. Ambas precisam disso para evoluir como ser humano. Ela vai voar com as próprias asas e vc vai ter uma liberdade que antes não tinha e vai poder se abrir a experiências que antes não se permitia, porque a prioridade era cuidar da prole. E como eu disse antes, a relação de vcs não acabou, só vai mudar. O amor verdadeiro, ainda mais de mãe e filha, é eterno e transcende a parte física. O amor não está condicionado à distância. Mesmo longe, vcs vão se amar. E tenho certeza de que morar longe da mamãe vai ser importante para o amadurecimento da sua filha e vc vai ter ainda muito do que se orgulhar dela como profissional, esposa, amiga e quem sabe mãe. E ela vai passar por tudo o que vc está passando agora… Faz parte da vida. Como minha mãe diz, “não criamos os filhos para nós, mas para o mundo”. Imagino que esteja sendo muito difícil a separação, mas, repito, o tempo é o melhor remédio. Por agora, tente se distrair não só com o trabalho, mas também com alguma coisa que te dê prazer. Abraço forte!
Obrigada, Lil! Me esforço para não chorar, e espero que não fique como uma manteiga derretida pela casa me desidratando em lágrimas. Tenho que pensar no quão empolgada ela está por viver essa nova vida, e é isso que vai me dar forças para saber esperar pacientemente o momento de revê-la.
Grande beijo, e obrigada pelo importante comentário e carinho.
Adri
Adri, me emocionei tanto com seu relato que foi difícil segurar as lágrimas. Lembrei o dia que sai de casa e deixei minha mami chorando no aeroporto. Crescer doí, e esse foi um dia dos mais dolorosos da minha vida. Mas a felicidade do reencontro é quase divina. Quando volto pra casa fico quase para sempre abraçando a minha mãe.
Você vai conseguir parar de chorar, acredite. E vai ficar muito feliz quando a filhota for te visitar. É o ciclo da vida.
Abração
Oh Ju… E o seu comentário tb me fez chorar, pq imaginei a cena da sua mamis no aeroporto te vendo entrar no portão de embarque. Aeroportos trazem tanto momentos de muita alegria quando de muita tristeza, e eu vivi isso também, quando minha mãe foi embora morar na Inglaterra. Vê-la entrar pelo portão de embarque foi como cravar um espeto de churrasco no meu coração…
Obrigada pela força, Juzinha.
Obrigada por comentar e me acompanhar.
Beijo grande!
Adri
Oi, Adri!
Tudo bem? Adoro ler seus posts e acho muito bonita a sua fé!
Você foi muito forte! Quando fui embora de casa, após casar, minha mãe fugiu para um teatro, pra não me ver indo embora…
É um momento difìcil, mas que vai trazer muito aprendizado e crescimento pras duas!
Torço para seu coração acalmar-se rapidamente, assim como torci pela minha mãe!
Um abraço!
Oin, Ju, Obrigada, amiga.
Sei que são situações difíceis por que realmente precisamos passar. Eu sempre soube que essa hora chegaria, mas eu sempre meio que “fingi que não era comigo”, sabe?
É a vida.
Obrigada por me acompanhar, linda.
Beijos
Adri
Só vivi ano e meio longe da minha mãe e todos os dias falavamos no telefone e fui sempre a casa com muita frequência ;P filhos fazem falta mas mãe também! ;* mas claro é preciso crescer e o normal é isso mesmo :)** *
Obrigada, Catita! É assim mesmo… eu sei.
Ouvir as experiências dos outros sempre é reconfortante, e o que acho mais engraçado é que falo isso tendo eu mesma passado por isso. É meio insano, hehehehe
Beijos amore
Adri
Adri, não fique assim não… novas experiências pra vcs duas… e boas, pode ter certeza. Logo terão novas companhias, novos afazeres e muitos momentos de reencontro, onde vc e a Gabi matarão saudades uma da outra. Fique bem… Beijos no coração !
Obrigada, Rosi. Eu sei que é só uma fase passageira, mas quando a gente vive o momento que sempre pensou seria forte o suficiente quando acontecesse, a coisa muda de figura. Eu não tenho dúvidas que logo tudo estará bem. Só precisamos mesmo de tempo, mais eu do que ela, já que ela terá muito com o que se distrair, para não pensar na falta que farei. Ela estará perto de pessoas de quem gosta, e isso será bom para ela.
Beijos, querida, e obrigada de novo.
Adri